sexta-feira, 18 de maio de 2012




Bagged

Minhas imagens são meu saco de besteiras. Coloridas. Como sonho, que se sonha acordado. Como quando vemos a imagem de algum bicho na nuvem. Vemos o que estamos instados a ver.


O saco não faz silêncio. Como mágica. Vibra, como depois da câimbra. São pedras de todas a cores transparentes. Tem até roxo, cor de pássaro de livro clássico. Dia de natal penduro saco na janela, esperando por dádiva. Mas venha o que vier. Cabe tudo no saco. De que pano é feito o saco?, que sei que ele é pano. Um pano meio gasto, esgarçado.

Tamanho ele tem o que necessita.

Muita gente grande já esteve no saco. Tão grande que o saco até laçeou. Tamanhos dados por mim. De mim tiro o que é verdade. Sugo. Nem que pra isso... A beleza está na redondeza das coisas. Até cerveja desce mais redonda. É quase um balé. Se joga, que as coisas vão fazer mais sentido. E é importante que as coisas façam sentido. O resto é inferno. E o saco esvazia. Não procure transparência ao olhar uma pessoa. Procure o inesperado. Você não sabe nada.

Dentro do saco tem muitos livros. Muitos mesmo. E com eles você pode aprender que às vezes é preciso tomar uma atitude, mesmo estando muito triste. O movimento é que mantem o corpo vivo. Mesmo que a cabeça esteja a um passo.....Não ligue para o que não tem vez. Ou tome coragem.

Ah sim, o saco é cheio de coragem. Quantas vezes ainda vai precisar de coragem até o fim da sua vida? A gente faz conta de tudo, por que não disso? Até onde você consegue ir? Eu sou meio limitada. Vai ver por isso carrego o saco.

Tenho uma coleção de óculos dentro do saco. Mas não me lembro da última vez que usei um. E continuo reclamando que enxergo mal o de fora. Dentro de mim enxergo bem. A luz é até muito forte. E eu sem colírios ou óculos escuros.

Tantas letras soltas tem dentro do saco. Às vezes sonhos que estou colocando-as em ordem de sentindo, arrumando o saco. Mas quando acordo ele sempre está bagunçado. Esse negócio de entender a própria bagunças, é mentira de pescador.


O saco também é repleto de bilhetes de viagem. Todas ida e volta. Acho que só ida é a morte. Como tatuagem que marca a pele para sempre. Implorar que ele fique com você. Essas coisas marcam a vida. De espectro em espectro o quadro se completa justo. Poetas sempre se matam, na história. E jovens. Foram até onde podiam.

Talvez a vida seja pra se viver rápido. Ou em todas as velocidades. Já percebeu que o mar não para? As ondas não cessam, grandes ou pequenas. E é tão azul. Como o céu. Mas eu prefiro o mar-misterioso.

Esqueci, mas galinha voa? Deveria voar, não é? E botar ovo na cabeça de um monte de gente que merece.



sexta-feira, 11 de maio de 2012


Se eu não fosse louca, não seria quem eu sou. 
Seria um outro alguém, reclamando da rotina. 
Minha vida não tem rotina. 
Planos? Hã, do I want to make God laughs? I tell him i’ve got plans! Minha cor favorita é: todas!
 Minhas pessoas favoritas? As que existirem. 
Quero ser sempre do mesmo tamanho de quem comigo conversa. 
Eu faço todos os malabarismos.
 Eu sou mãe terra e linda sereia.
Agora mesmo me sinto meio online, meio offline. 
 Mas de tudo sou um pouco eu.
 Adoro passear do liquido ao gasozo. 
Tudo perto de mim tem pontas. 
Que me tocam. 
Sinto a energia da grama na sola dos meus pés.
 E das formigas também.
 Atendo a todos os telefones ao mesmo tempo. 
Tenho 100 braços.
 Moro em todas as cidades, da região norte à região sul.
 Falo todas as línguas. 
Sou eu mesma a rainha e a serviçal. 
Tenho uma unha curta e uma comprida. 
Uso um pé de cada sapato. Sou moça de família.
Ciao.