domingo, 17 de julho de 2011

You and me, both!





Alguma explicacao para isso? Apenas senti atracao por ela e nao consegui resistir. Mas você não pensou em mim? Na hora H? Voce ‘e podre mesmo, ainda tira sarro. Não estou tirando sarro. Mas o que você quer saber? Não pode simplesmente me perdoar e esquecer? Te perdoar? Não tenho do que te perdoar. Pedrdoa-te a ti mesmo. Erraste por você. Ou quer saber? Talvez não tenhas errado. Ue', você esta falando serio? Esta’ tudo bem entre nos então? Bem? Entre nos? Logico que esta’, so que não quero mais transar com você? Por ciúme? Entao eu não estava certo. Não, talvez você estivesse certo sim, corpo sente mesmo e devemos realizar nossos desejos sempre. Entao não entendo, como não quer mais transar comigo se não acha que errei? Simples: porque fiquei com nojo do seu corpo. Olha realmente você e' uma mulher complicada. Diz que não fiz mal algum que apenas obedeci meus desejos e tem nojo de mim. Sim, posso não ter ciúme, mas tenho ciência do fato de que estivestes tão, mas tão perto de outra mulher. Voce se banhou nela. Sorveu seu suor, engoliu seus fuidos. Penetrou-a, entrou no universo dela. E com tudo isso compartilhou algo que pensei que so sentisse por mim. Não ‘e de desejo que estou falando não. ‘E de um algo especial se cria quando duas pessoas se juntam. Algo inédito e de forma nova. Algo so de duas pessoas. Isso agora você deve ter com ela, se não tem, fazer o que? Valeu a pena o gozo, não valeu? Voce esta falando coisas muito estranhas, andou fumando aquela merda de novo? Por que você esta dizendo que aquilo ‘e merda? Por que esta ofendido. Minha cabeça faço eu. Voce ‘e louca mesmo. Sabe de uma coisa: não sei mais o que temos de tão especial. Aquilo que se criou quando nos conhecemos, como vc diz, aquilo que era so nosso, se perdeu. Não existe mais. Não consigo mais senti-lo. Não faz mais sentido ficarmos juntos. Pode ser. Talvez você ter trepado com outra mulher demonstre exatamente isso. Não faz mas sentido. Te amo também, mas o que eu mais queria não sinto mais. Sempre fomos livres, parece que agora estamos algemados na cama. Verdade, va embora então. E’, acho que vou. OU será que deveríamos tentar alguma coisa? Sei l’a, terapia de casal, aconselhamento matrimonial. Não! Não seja bobo, o que se perdeu, e perdeu. Não podemos perder tempo de vida procurando. Vamos buscar algo novo. E de mais a mais, já vínhamos frustradamente buscando.

Agora, sem você. Moro num apartamento muito alto, como sempre quis. Vejo a noite com janela inteira. Uma pintura, como um livro. Cada estrela, uma letra. Agora, sem você. Meus banhos tem sido demorados e cheios de sonhos, sinto algodão de conforto a minha volta. Como coisas que você não comia, bebo coisas que você não bebia. Ando de calcinha e danço com musicas bobas. Passo esmalte verde nas unhas. Agora, sem você, me emociono quando ele diz bom dia. Sonho com ele. Com você não sonhava mais. Há tempos.

Agora, sem mim. Você passeia de mãos dadas pelo parque. Colhe um rosa. Não esta sozinho. Alguem segura suas mãos quando tens pesadelo a noite. Alguem te entende. Agora, sem mim. Voce adora se olhar ao espelho, acha que dirige super bem e adora dar churrascos. Voce ate’ dorme sem meia.

Agora, sem você. Falo de tudo. Tudo acontece. E quando não acontece estou dormindo. Pintei as unhas de preto. Deixei meu cabelo crescer. Cresci. Tenho dor no joelho direito. Beijo qualquer boca. Leio completamente outro estilo de literatura. Estou mais antipática e menos formal.

Agora, nos dois. Amigos.

Senhora




E a pagina em branco continua aparecendo na minha frente. Como a velha senhora que persegue meus pensamentos. Ela deve ter perto de oitenta anos. Mora num bairro cheio de ladeiras. Adora bromélias e bandeiras. Tem bandeira de todos os países na sua sala. Ela mora sozinha. S’o como o cão. Ela almoça aspargos porque os acha bonitos. Ela mastiga chicletes para se sentir mais jovem. Seu telefone não toca. Não sabe mais porque tem telefone. Suas emergências são tão ignoradas! Ela quase pede que eu escreva sobre ela. Sabe costurar, mas nada rasga na sua casa. A televisão quebrou há muito. Sua vista não permite que leia livros. Não gosta de musica. Sua vida foi estática, sem harmonias.
Já escrevi sobre ela quando estava no colégio, mas ela continua aqui. Sessao de analise.
Sua garganta secou de tanto não falar. Não vê beleza no amanhecer do dia, quando já esta acordada, a senhora que não dorme. Quando surgem estrelas, ela não levanta a cabeça para vê-las. Raramente abre a janela do pequeno apartamento sala e quarto que ganhou um dia de um homem.
O homem era rico. Se engraçou por ela. Mas durou pouco. A senhora já era senhora desde jovem. Um sentimento nela era forte: o ciúme. Foi a única coisa que doeu em seu coração. Nunca chorou por outra razão. Queria o homem. Queria dormir com ele e que a desse um anel. Ficou com um apartamento por pena, que o homem que partiu, sentiu. Depois disso ninguém mais.
Sua higiene e’ neurótica. A senhora esta sempre limpa. Mas não usa perfumes. Não tem penteadeira, batons ou um velho colar de perolas. Não tem jóias. Não brilha. Usa meias pretas, tem os pés longos e as unhas sempre cortas rente `a pele. Os cabelos, ela mesmo corta. Curtinhos. Lava as mãos com sabonete e desinfeta com álcool. Seu sofá ‘e marrom. Tem muitos anos, mas esta novo porque nunca foi sentado. Sua cama e’ como a de um convento. De ferro, colchão duro e uma coberta antiga. S’o. Seu guarda roupas resume-se a seis trocas de roupas. E dois sapatos fechados com cadarços pretos.
Nas poucas vezes em que sai, leva um guarda chuva. Não olha para ninguém na rua. Não levanta a cabeça. Mede cada passo. Compra provisões monásticas e volta para o apartamento onde fica.
Ela pensa. Pensa que não quer nada do futuro. Não conseguiu nada no passado. E no presente ela nada.
Acho que no final da historia essa senhora vai morrer.

sábado, 9 de julho de 2011


Acabei de ler Eugenia Grandet, do Balzac. O livro foi escrito em 1833. Leiga no autor, me surpreendeu a sensibilidade com que ele trata a alma feminina. Ele consegue captar necessidades, frustrações, entender reações e os sonhos das mulheres. Se pensarmos na época em que o livro foi escrito, tal sensibilidade espanta mais ainda.
Alguns artistas conseguem mesmo captar o ser mulher.
O italiano Amedeo Modigliani, o artista apaixonado pelos excessos, famoso na Escola de Paris e um dos principais pintores da primeira metade do século 20, fez retratos da amante Jeanne Hébuterne, que já’ `a época competiram com os retratos femininos feito pelo amigo, Pablo Picasso. O ultimo, feito quando a amante e musa já estava grávida, foi leiloado por 4.9 milhões de Euros. A empatia do observador com a mulher retratada ultrapassa a estilização que o artista adotara.
Jeanne, a amante, renunciara a família, aos amigos e a uma vida de abastada para ficar com o artista, que raramente voltava pra casa e quando voltava, era bêbado. Mas que nutria por ela um amor que parece infinito se olharmos para o quadro e lermos sua biografia. Ela se jogou da janela alguns dias depois da morte de Amadeu, em 1920, e morreu de amor.
Homens sensíveis?
Apesar de ter sido duramente criticado por dizer que só as mulheres normais gostam de apanhar, Nelson Rodrigues sabia profundamente dos sentimentos femininos, mesmo os mais vis. Em Bonitinha, mas ordinária, a personagem canalha se redime depois de ir ao fundo do poço. Ritinha, a prostituta, que sempre guardara a pureza de sua alma em meio às depravações do corpo, nunca gozara. O seu “machismo” pode ser explicado em outra máxima sua, a de que somos todos santos e canalhas, simultaneamente. Isso não diminui em nada os retratos literários que Nelson fez das mulheres que amavam, traiam e matavam em nome do amor. O dia a dia das donas de casa dos anos 50 e 60, que ao irem à feira se apaixonavam e freqüentavam os apartamentos dos amados e a noite estavam bonitas e cheirosas para os maridos.
Chico Buarque 'e outro artista que além das de Atenas, entende os sentimento das fêmeas que desejam ardentemente ser tatuagem no corpo dos homens. Quando ele canta a mulher, a voz fraca por fama, se emociona e parece ter dentro dele a mesma sensibilidade que outros artistas, por meio de outras artes tiveram.
Chico tem varias concepções de mulheres, de santas a putas, de Atenas ate Geni. Canta um amor dolorido que dizem só as mulheres sentem e clamam ser a boca de hortelã na manha do amado.
Por que estou citando esses artistas? Quero falar da mulher do século 21 e o que ela quer. A partir de Freud a mulher ganha também a possibilidade e o estatuto de ser histéricas. Histérica pelo que? O feminismo, que quis e quer acabar com o conceito vitoriano e burguês da mulher que e’ submissa e serve para parir, tão bem descrito por Simone de Beauvoir, na minha opinião, descaracterizou um pouco o sexo feminino. Não! Não somos iguais aos homens. Não somos piores, nem melhores. Somos diferentes geneticamente falando e nosso comportamento também ‘e diverso do masculino.
Queimaram sutiãs, lutaram pelo direito a pílulas e os mesmo níveis de poder. No inicio dos anos 90, a mulher começou ate a usar terno, para se igualar em ombro e altura ao homem.
Quer saber? Sou contra tudo isso. E Simone de Beauvoir devia ser também. Afinal submeteu-se aos caprichos de Sartre como uma boa apaixonada das letras de Chico. Nos, as mulheres, somos seres apaixonados, submissas sim, `as nossas próprias vontades que muitas vezes se encaixam com as vontades dos homens. Vejam bem, não são iguais as vontades dos homens, mas se encaixam.
Queremos ser tatuagem no corpo do homem que amamos. Quem nunca assinou o próprio nome com o sobrenome de um namorado ou um paquera? Quem nunca ficou grudada ao telefone esperando a ligação do dia seguinte? Que mulher nunca acreditou, logo depois da primeira noite, que seria para sempre?
Ate as vadias se entregam esperando serem salvas de tantos pintos que as rodeiam. Sim, as vadias também querem a salvação. Alguém que diga a elas que são especiais e únicas, apesar de serem de todos. Geni não deu para o rico do Zepelim apenas para salvar a cidade. Deu para se salvar também.
Queremos a salvação pelo amor. O delírio são, pela paixão. Queremos uma mao forte que nos pegue pelo cangote. Queremos a voz grossa que nos chame de amor ou de vagabunda, tudo na mesma noite.
Queremos ser semeadas pelo homem que amamos e ver a carinha de um ser que simboliza a junção de dois corpos. Queremos acordar cedo com beijos e flores, ceder às ereções matinais como servas de um amor que carregue durante o dia.
Sim, também queremos cargos de poder e independência econômica. Mas duvido das mulheres que dizem que não precisam de homem para viver. Duvido que elas não se encantem com o elogio diante de um novo lingerie ou de um bolo mal feito. Duvido! Duvido das mulheres que querem ser só’ santas ou só’ putas. A mulher ‘e versátil, ela pinta a unha de todas as cores para atrair o macho. Os decotes não são para o espelho, são para eles, buscam o olhar embasbacado de um homem apaixonado. Ou não?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Alguns textos sao feito de listas. Coisas que quero, que nao quero, que me arrependo, que me orgulho. Nao gosto mais de textos de listas. Quero paginas sem linhas, para minha letra correr solta.
Ando cismada com o fato de nao conseguir escrever. Triste. Mas as vezes, e so' as vezes consigo.
Queria estar bronzeada e feliz. Assim como uma fotografia. Estampar a felicidade em papel com cor. E roer as unhas anda fazendo parte do meu dia a dia.
Fico neurotica atras de uma resposta. Como carta que se manda ao filho que esta longe. Penso futuro, penso passado e durmo.
Sempre fui dessas que dizem que so o amor salva, e continuo achando isso. Apaixonar-me agora? Seria bom? Entregaria meus dedos faceis a uma argola de mentira. Ou nao!
Vejo brotar uma semente dentro de mim. De prosperidade talvez. Ou e' mais um joguinho que a minha mente joga comigo? Esta na hora de eu dar as cartas. E decidir as regras do jogo. Mesmo escrevendo mal. Mesmo achando que nao e' suficiente.