Quem me dera tivesse eu o equilíbrio de poder dizer daqui meia hora o que disse meia hora atrás. Quem me dera? Me dera nada. Dera, era, mera, gera... nada. Quem me dera nada. Quem me dera de tudo.
Vida arrebentando os tubos de tão larga. Isso, larga a vida. Larga....... Quem dera. Eu tomando picolé nas ruas de Paraty, andando de mãos dadas com o homem que mudou de continente porque tempo também é espaço. Quem dera.
Eu não tenho como fazer com que as coisas fiquem assim boas, quando estão boas. Minha mão é torta, elas escorrem. E eu não retorno a ligação da minha avó, quase desligo na cara da minha mãe e queria que o cachorro desintegrasse ao meu lado. É uma vontade de não estar. E não me venha falar de ocupar não-lugares, pois eles são lugares reais onde o blues toca igual e os amigos desistem de quem sempre dá os canos. Eles desistem.
Eu não tenho celular, se tivesse configuraria para NÚMERO RESTRITO só para não saberem que fui eu que liguei. Não preciso mais me identificar. Às vezes até desligo na cara da pessoa que atende porque esqueço que não estou com vontade de falar com ninguém e os dedos me traem, procurando ouvidos.
Fico me imaginando 50 anos atrás com um vestido bem bonito e uma caneta tinteiro e um caderninho que compraria sempre na mesma loja. Eu seria assim. E agora, talvez já estivesse morta ou bem velha, o fato é que nada disso importa. Ando não dando importância para o sentido. Alguns me entendem e aí me lêem. Ai que vergonha de quem me lê. Tenho mesmo. Fico sem graça imaginando que minha loucura é pública de blog, com imagens para dar o frame e música para dar o clima.
E eu disse a ele que não vou mais. Preciso ser mais urgente. Quero que morram de saudade de mim em meia hora sem me ver. Quero que peçam bis e eu vou estar bem escondidinha atrás da cortina vermelha.
Hoje gastei um tempão olhando para o céu. Um tempão. Céu, teto, teto céu. Confundi os dois. Nem sempre tenho clareza e discernimento. E falo de coisas simples. Hoje eu tomaria um sorvete, tomaria mesmo. Mas não vou, e anos 80 me fazem companhia.
Assisti a um filme que a mulher se chama papoula. E eu não sei o que é papoula, nunca vi uma. Só fiquei imaginando que a mulher polpuda. Meio líquida, cremosa, cheia de coisas por dentro. Uma mulher macia. Nem prestei atenção no filme da mulher papoula. Porque não presto atenção nas coisas quando estou assim, não consigo. E a hora passando me angustia, me deixa cheia de dúvidas e só quero dormir e chorar. Deitar no colo do moço no telefone. Não toca mais.
Vida arrebentando os tubos de tão larga. Isso, larga a vida. Larga....... Quem dera. Eu tomando picolé nas ruas de Paraty, andando de mãos dadas com o homem que mudou de continente porque tempo também é espaço. Quem dera.
Eu não tenho como fazer com que as coisas fiquem assim boas, quando estão boas. Minha mão é torta, elas escorrem. E eu não retorno a ligação da minha avó, quase desligo na cara da minha mãe e queria que o cachorro desintegrasse ao meu lado. É uma vontade de não estar. E não me venha falar de ocupar não-lugares, pois eles são lugares reais onde o blues toca igual e os amigos desistem de quem sempre dá os canos. Eles desistem.
Eu não tenho celular, se tivesse configuraria para NÚMERO RESTRITO só para não saberem que fui eu que liguei. Não preciso mais me identificar. Às vezes até desligo na cara da pessoa que atende porque esqueço que não estou com vontade de falar com ninguém e os dedos me traem, procurando ouvidos.
Fico me imaginando 50 anos atrás com um vestido bem bonito e uma caneta tinteiro e um caderninho que compraria sempre na mesma loja. Eu seria assim. E agora, talvez já estivesse morta ou bem velha, o fato é que nada disso importa. Ando não dando importância para o sentido. Alguns me entendem e aí me lêem. Ai que vergonha de quem me lê. Tenho mesmo. Fico sem graça imaginando que minha loucura é pública de blog, com imagens para dar o frame e música para dar o clima.
E eu disse a ele que não vou mais. Preciso ser mais urgente. Quero que morram de saudade de mim em meia hora sem me ver. Quero que peçam bis e eu vou estar bem escondidinha atrás da cortina vermelha.
Hoje gastei um tempão olhando para o céu. Um tempão. Céu, teto, teto céu. Confundi os dois. Nem sempre tenho clareza e discernimento. E falo de coisas simples. Hoje eu tomaria um sorvete, tomaria mesmo. Mas não vou, e anos 80 me fazem companhia.
Assisti a um filme que a mulher se chama papoula. E eu não sei o que é papoula, nunca vi uma. Só fiquei imaginando que a mulher polpuda. Meio líquida, cremosa, cheia de coisas por dentro. Uma mulher macia. Nem prestei atenção no filme da mulher papoula. Porque não presto atenção nas coisas quando estou assim, não consigo. E a hora passando me angustia, me deixa cheia de dúvidas e só quero dormir e chorar. Deitar no colo do moço no telefone. Não toca mais.
16 comentários:
...quem dera o choro desta donzela tornasse a tela do mundo em imensa aquarela...bjusssssssssss amore.
Que lindo blog!
Pretendo voltar.
Lá estava eu lanchado, tranqüilamente, quando waaaa moço do telefone shauhsuahuehsaushuaehuho perai pó ashuahsuheuhhsuahuehuhu quase botei a comida toda pra fora hsuahsue ai ai eu bolei de rir, só vc mesmo shuahe. Adorei o que vc escreveu. Camilla às vezes eu fico imaginando será que ela existe mesmo ? ahsuhue Adoro esta moça shuahueh Quem tem um humor deste nunca esta sozinha shuahehhu aia ia Esta mulher é surreal...
Desintegração, choro e sono..... e o moço do telefone sahuahsuaehuhuhuashueh kkkk :P
Beijos linda, :*******, Eu Tb adoro os anos 80.
P.s Ah sim obrigado pela vibe, lá no lance do Vazio
P.s2 Quando eu crescer quero ser igual a vc :P
Me identifiquei com a parte que diz "queria deitar no colo do moço do telefone, não toca mais" hahaha soooo sad =( bjo
Tem dias que a gente fica assim mesmo: sem parada, sem partida, esperando o telefone tocar e ao mesmo tempo torcendo para que ninguém apareça... Os espaços contraditórios de cada um...
Muito bacana mesmo... Mais um que gostei. Beijos e ótima semana!!!
Caramba!
vejo-me passeando pelas dúvidas e angústias...
quero ficar perto de muita gente...
não, não,
quero ficar sozinha, quietinha no meu canto, sem ouvir ninguém, sem falar com ninguém...
Ah! o que eu quero mesmo é me entender e estar com alguém que me entenda. Um colo sempre ajuda nessas horas. Acho que é isso que quero.
Beijos
sei como é isso... uma preguiça de existir, uma apatia viciante, tão viciante que parece até natural
mas você é original, extremamente original no seu viver... certamente uma consciência neocrística
você parece viver inconscientemente que nem o Jeff, principalmente no Eternal Life... só que é assim mesmo, a verdade as vezes envergonha a gente, que tenta viver um não-viver de aparências
Papoula é a flor de onde se extrai a substância ativa da Heroína, a droga mais viciante... que nem o moço do telefone
Camilla, eu me reconheço tanto nos seus textos...
Incrível.
Quando é seu aniversário, posso saber?
Beijos.
Gostei!!
Te lendo hoje pensei em te dizer do que não conheço, mas que identifico ou crio ao te ler. Já te falei sobre como te construi na minha cabeça. Porque, afinal, você é para mim um personagem de um romance repleto de nuances suaves e apoteóticas. Às vezes te leio como um vulcão adormecido a produzir lava fumegante sem fazê-la escorrer. Outras vezes, uma avassaladora tsunami de emoções expressas em letras bem escritas.
E em outras ocasiões, a menina escondida embaixo da mesa( imagem que usei no meu último post, esperando a bronca da mãe.
Hoje te vi assim: alguém que precisa urgentemente conceder a si mesmo o direito de dizer que ama. Intensamente. E fazê-lo, de forma assumida, também na esperança de ouvir o mesmo.
beijo grande. Veronica
Bis!
Ho ho ho, tomei um susto com a música XD
A saudade me deixa assim também, com os olhos nublados, aí teto pode ser céu. O querer confuso parece seta que aponta pra uma só direção.
Bonito.
Bjs
Olha moça espero que o status de incapacitada não seja grave shshh, é sério. Estou morrendo de saudades, volta vai :) Carinha de cachorro pidão O_O :P.
Beijos,
Alex.
Também me identifico com seus textos. Aliás, sua forma de escrever sempre me encata. Parabéns, mais um belíssimo texto. Bjus.
http://so-pensando.blogspot.com
Li e reli. E nem acreditei...
Perfeitíssimo.
Beijinhos.
Se esconda atrás da cortina e pede bis, mas olhar o céu nunca se perde tempo. Eu acho que comentei no blog errado,mas a intenção é dizer que gosto do ke vejo aki e vou voltar.
Postar um comentário