segunda-feira, 6 de outubro de 2008

On the road



Quem eram as mulheres que ela queria ser? Onde elas estavam? Saiu do trabalho às 17. Um pouco mais cedo por tudo o que tinha passado. Nada fácil. Por umas quatro ou cinco vezes pensou em levantar e pedir demissão. E nas horas mais difíceis ainda pensou em levantar, pegar a bolsa e sair andando, sem nem avisar que estava deixando o emprego. Não dava mais. Não tinha mesmo nascido pra aquilo.
Quem era a mulher que ela queria ser? Onde estaria a mulher que ela queria ser? Desceu do elevador e saiu correndo do prédio. Correndo como quem está com pressa. Correndo como quem sabe pra onde está indo e precisa chegar logo, tamanha certeza.
Quando deu de cara com a avenida bem à sua frente, a sensação era de que havia ficado presa naquele prédio por anos e anos, sem ver a luz do sol, sem ver o trânsito da hora do rush, sem ver a fila de ônibus lotados e gente pendurada.Sem ver aquele mundo de luzes vermelhas entupindo a avenida. Respirou o ar de tudo aquilo como um tuberculoso respira o ar puro de montanha. Era exatamente o que ela precisava.
Quem eram as mulheres que ela queria ser? Cruzou avenida no sentido do ponto de táxi. Queria entrar em um e sumir dali. Pegar o tráfego da cidade, ir para casa, tomar um banho, arrumar as coisas e correr pra casa. A outra casa. Aquela casa do sossego. Aquela casa que é pequena, mas confortável como nenhuma outra pode ser, nunca foi!
Não tinha nenhum táxi no ponto. Hora do rush. Sentou no banco de madeira e esperou. Olhando a tarde cair, esperou. Olhou para o céu, que providencialmente prometia chuva. Pensou o quanto sentiu falta da poluição, mas agora já estava cansada dela. E finalmente olhou para o prédio onde trabalhara até então. Alto, o prédio. Alto mesmo. Sempre quis trabalhar num prédio alto. Não gosta de casas, tem medo de escritórios pequenos e não se sente à vontade com coisas feitas caseiramente. A única coisa caseira que gosta é doce de figo em calda. Aquele prédio, para o qual, no primeiro dia desse emprego olhou com tanto orgulho.... Olhou para aquele prédio no qual todas as vezes que entrava no elevador e apertava 11 se sentia tão feliz. Para aquele prédio, que por força maior, acabou virando parte da sua rotina nos últimos meses. Fitou o prédio. O prédio onde descobriu que não agüentaria por muito tempo mais aquela vida. Queimou com os olhos uma chapa do prédio onde o resto de seus sonhos profissionais havia morrido lentamente, doloridamente. Aquele prédio estaria para sempre em sua lembrança, disso ela tinha certeza. Olhou lá para o último andar e logo em seguida trouxe o olhar para os próprios pés. Seus tênis estavam sujos. Do arranha-céu que beira o cinza, para o tênis sujo, vestindo os pés no chão. Uma tomada rápida dos dois e a cena estava feita. Não olharia mais para aquele prédio, a não ser em sua memória. Quando a cena acabou, um táxi parou no ponto. Ela levantou, cansada como se tivesse esperado horas, e correu para a porta.
- Pra onde a senhora quer ir?
- Não sei ainda, no caminho eu te falo.
Entrou e sentou-se aliviada, como se tivesse sido resgatada de uma guerra. Acendeu um cigarro pós-guerra sem ao menos perguntar se podia fumar ali. Ele deu partida e saiu dirigindo devagar, afinal não tinha um destino. Ela disse:
- Faz o caminho que o senhor quiser por enquanto, até eu lhe dizer para onde quero ir. Deixa correr o taxímetro, não se preocupe.
Onde estavam as mulheres que ela queria ser? Pensou em ir pra casa direto. Quanto antes chegasse lá, mais rápido faria sua mala, mais rápido ligaria para a imobiliária, iria ao banco, deixaria tudo pago, doaria a maior parte dos móveis e contrataria, ainda naquele dia, um pequeno caminhão para levar as coisas para a casa de verdade.
Mas não! Antes de ir para casa queria ver a cidade. Olhava para cima e para baixo em cada rua que passava. Queria ver a fachada dos prédios, os mendigos no chão, os comércios, os out doors. Queria ver as coisas de um jeito que não tinha visto até aquele dia. Queria olhar com os olhos de quem se rende a si mesmo e se despede. Com olhos de quem já tomou toda garapa e não quer o pastel. Como em filme, colocou a cara para fora, para o vento bater, para o cheiro da cidade entrar nas suas narinas mais uma vez. Consegue lembrar também de cheiros. Consegue senti-los de novo. Basta que eles estejam gravados na sua memória. Consegue também sentir gosto só de pensar em uma comida. Consegue sentir a emoção de uma música só ao ler o seu nome.
Viu tantas ruas que quase esqueceu que a cidade era tão grande. Tudo parecia tão pequeno, tão perto dela, tão tocável, tão palpável. Tudo ali, a seus pés e ela não queria mais nenhum peso.
Quando passaram em cima de uma ponte ela lembrou do tamanho de sua pressa em ir embora. Pediu para o motorista pegar o sentido para sua casa. Deu as coordenadas, queria que ele fizesse o caminho dela e não o dele. Toda vez que pegava um táxi, era assim. Depois que reaprendera a andar na cidade, a se locomover tão bem, decidiu que só faria os caminhos que quisesse. Não seria mais enganada e nem pegaria trânsito à toa.
O motorista fez o caminho que ela pediu. Nem se atreveria fazer diferente. Ele também estava louco para acabar aquela corrida. Não gosta de gente que entra no seu táxi sem rumo, sem saber para onde ir. Sempre acha que isso é um péssimo sinal e não quer loucos tendo ataques no seu carro. Mas o trânsito estava ruim. Muitas avenidas paradas, sinaleiros fechados. Ela acha que tudo conspira para que ela fique mais tempo na cidade e mude de idéia. Ele acha que merece mesmo uma corrida como essa. Deve ter jogado pedra na cruz.
Ela acende outro cigarro. Dessa vez de nervoso. O passeio tinha sido uma boa idéia, passear sem rumo tinha sido interessante, mas agora não queria mais brincar disso, queria chegar em casa para ir para casa.
Tirou o celular da bolsa. Olhou: chamadas perdidas. Duas, do trabalho. Uma mensagem de voz. Era antiga. Era dele, há 4 dias atrás. Ela não estava perto do telefone, ele ligou apenas uma vez, ela achou que se ele quisesse mesmo falar com ela ligaria mais vezes e por isso não ligou de volta. Aliás, nem sabia ao certo em que número encontrá-lo. Tinha apenas o número da casa onde estava hospedado, a casa dos pais. E depois de tudo o que aconteceu não queria falar com os pais dele. Não ligaria. E enquanto pensava nele, o trânsito estava dando mais fôlego e eles estavam quase perto de chegar.
- O senhor mora aqui há muito tempo? Perguntou ao motorista.
- Há 30 anos, quando vim de Portugal.
- E gosta daqui?
- Gosto sim. Não saio daqui por nada.
Ela se espantou com a resposta. Ela daria tudo para sair daquela cidade naquele instante. Piscar os olhos e acordar em outra cidade.
Quem são as mulheres que ela quer ser? Foi o tempo de apagar o cigarro para estar na porta de casa. A corrida ficara cara. Mas tinha passeado bastante e pego um trânsito que de tão típico chega a ser atípico.
Pagou o motorista e antes de descer do carro disse a ele:
- Espero que o senhor tenha uma boa vida.
Achava que essas palavras eram o máximo de uma despedida. Nada poderia ser mais abandono do que dizer a uma pessoa para ter uma boa vida. Tenha uma boa vida quer dizer não nos veremos nunca mais e estou feliz por isso.
Desceu e correu para portaria. Tocou o interfone várias vezes, sem nem dar tempo do porteiro vê-la. Ele abriu, ela entrou correndo, assim como saiu do prédio durante o dia, chamou o elevador, que estava no último andar. “Tudo conspira para que eu fique mais nessa cidade e mude de idéia”. Esperou o elevador batendo o pé no chão, com as mãos na cintura. Estava brava, suando já. O coração batia a um milhão de passos por minuto. Um exagero, mas perto disso. Quando chegou, ela entrou e puxou a porta atrás de si. Apertou o seu número várias vezes quase gritando para que o elevador visse a pressa dela e subisse mais rápido. Procurou a chave na bolsa e já na porta não tinha encontrado ainda. O nervoso aumentava quanto mais devagar as coisas aconteciam. Abriu a porta e correu para o telefone. Lembrou que não tinha nenhum número de empresas de mudança e já eram 8 da noite. Pegou a lista telefônica, que guardava na cozinha. E foi olhar para a pia para pensar de novo que a cidade conspirava contra ela. Cheia de louças, teria que lavar tudo antes de fazer a mudança. Antes mesmo de empacotar ou doar as coisas.
A primeira companhia de mudança que ela ligou disse que só podia agendar algo para outra semana. Já era quinta feira. Mas de jeito nenhum que passaria ou deixaria nada seu passar mais um final de semana nessa cidade. Ligou para mais umas três, e a resposta foi a mesma. Já estava chorando. Teria que doar tudo. As coisas não caberiam no carro. Foi quando teve uma idéia tão absurda quanto brilhante. Ligaria para um ex namorado, lá de casa, para vir com a caminhonete dele ajuda-la. As coisas maiores ela doaria. Levaria só o que precisava imediatamente. Ligou. Com vergonha, mas ligou. Ele não entendeu, parecia ocupado e sem jeito ao ouvir seu pedido. Mas topou! Como sempre faz com tudo o que ela pede. Ele sempre a salva das situações mais complicadas, basta avisa-lo. Disse que em três horas estaria na porta da casa dela. Ela sorriu. Sorriu largo. Sorriu alívio. Sorriu felicidade como se mostra os dentes. Em seguida ligou para uma casa de caridade que conhecia e pediu que viessem buscar as coisas agora mesmo. Quando ouviram tudo o que ela doaria disseram que o caminhãozinho estaria ali em meia hora. Ela não sabia se as cosias caberiam num caminhãozinho, mas as queria fora da sua casa. Se caberia no caminhão ou ficaria na rua não era problema seu. Tentou ligar na imobiliária, lógico que não atenderam. Lembrou-se que não poderia deixar a cidade enquanto não entregasse as chaves do apartamento. Não voltaria para resolver isso. Decidiu que teria que ficar pelo menos até a manhã seguinte, para resolver isso. Pensou em ligar para o ex, que provavelmente já estaria na estrada. Mas desistiu! Que ele viesse. Não ficaria triste de ter que passar uma noite com ela ali, antes de irem embora de vez. Começou a encaixotar as coisas. Colocou todas as roupas dentro de malas, até a roupa de cama e de banho. Colocou os poucos livros que trouxera num outro saco. As coisas de cozinha eram poucas e feias, doaria tudo. O sofá da sala também. Levaria consigo a cama, televisão, uma peça de madeira onde guardava seus livros e cadernos, a geladeira e a máquina de lavar. O resto, tudo para caridade. Quando percebeu, tudo o que levaria já estava empacotado ou pronto para ser transportado.
Onde estariam as mulheres que ela queria ser? A instituição de caridade chegou em meia hora, como o prometido. Subiram em três e começaram a carregar as coisas. Nem ela acreditava na rapidez com que tinha feito tudo. Era a vontade de ir embora. O sangue corre quando tem pressa de chegar. O sangue corre quente, acelerado, super competente, quando se sabe o que quer ou pelo menos o que não se quer. Ela sabia disso. Olhou no relógio e ainda faltavam 2 horas para o ex chegar. Pensou que talvez não precisassem dormir na cidade. Poderia deixar o apartamento vazio, a chave na portaria e amanhã, lá de casa, ela ligaria para a imobiliária e mandaria pelo banco o dinheiro que precisasse para pintar o apartamento ou fazer qualquer outro reparo. Quase comemorou sua idéia, mas tinha mais dois homens carregando suas coisas na sala. Foi para cozinha e fez um café. A noite seria longa. Teria que carregar mais uma caminhonete e ainda pegar algumas horas de estrada até chegar em casa.
Quem seriam as mulheres que ela queria ser? Com uma rapidez de novo assustadora os rapazes conseguiram descer tudo o que ela tinha doado. Improvisaram caixas, sacolas e fizeram tudo caber. Agora era só esperar mais uma hora e meia e estaria quase salva. Sempre quis ser salva. Sempre. Esperava encontrar um salva-vidas e casar-se com ele. Acabou conhecendo um monte deles, mas nenhum conseguiu salvar a sua vida. Essa tinha sido uma tarefa que tinha ficado mesmo a seu cargo. Tinha salvado a própria vida várias vezes, como faria hoje, só precisava de uma carona que pudesse levá-la e suas coisas. Coisas que só estava levando para não partir com a sensação de estar voltando com menos do que veio. Mas sabia que isso não era necessário. No fundo sabia que estava voltando com muito mais do que veio. Foi para cozinha e tomou um gole de café que ainda estava na cafeteira que levaria com ela. Adorava café. Precisava da cafeteira como nada no mundo. Acendeu um cigarro e a próxima hora passou como um desenho antigo, várias superposições de imagens que passadas rapidamente dão movimento à cena.
O interfone tocou e era o ex. Ela mandou subir e correu esperar com a porta aberta. Queria vê-lo assim que saísse do elevador. Tinha pressa em dizer o quanto estava grata pela ajuda. Não podia dizer menos que isso. Nem mais, na verdade.
Ele chegou com cara de cansado e surpreso.
- Mas o que está acontecendo.
Antes que ela respondesse, e depois de um rápido abraço, que ela queria que fosse demorado, mas ele se apressou, ele entrou no apartamento e fez mais uma pergunta:
- O que aconteceu por aqui? Foi assaltada?
Ela riu. Era a primeira vez que ria naquele dia. E sabia que em horas como essas, só pessoas como eles poderiam fazê-la rir.
- Não, disse sorrindo. Quero ir embora daqui hoje. Já doei metade das cosias, a outra metade espero que a gente possa levar.
-Mas você não me avisou que eu deveria ter vindo de caminhão.
Ela arrepiou em imaginar que tivessem que passar a noite na cidade. Mas ele entende de tudo um pouco, se está olhando as coisas e dizendo que não cabe, é porque não cabe.
- Você acha que não consegue colocar tudo dentro da caminhonete?
- Lógico que não, está louca? O que está acontecendo com você? Por que quer sair daqui assim, correndo. Do que está fugindo? Alguém te magoou? Você está metida em alguma confusão?
- Nossa, olha quantas perguntas me fez. Mas respondo tudo. Não estou fugindo de nada, apenas quero ir embora hoje e não preciso explicar isso pra ninguém. Mas agradeço a sua preocupação.
- Ta bom. Mas se quer sair daqui hoje e com suas coisas, melhor alugarmos um caminhãozinho. Conhece o telefone de alguma locadora de carros?
-Calma. O que você acha que dá para levar?
- No máximo a cama, a televisão e esse monte de malas que estou vendo ai.
- Será que aquele móvel de livros não cabe??
- Posso tentar. Mas preciso de alguém pra me ajudar.
Ela foi ligar para o porteiro pedir ajuda. E no caminho da cozinha decidiu que levaria o que desse, o resto doaria para a mesma instituição ou pro porteiro talvez.
Ele subiu para ajudar e disse que se interessava sim pelo que ela estava querendo vender.
-Não estou vendendo. Estou te dando.
O homem ficou feliz da vida. Ajudou a em menos de 2 horas descer tudo e colocar na traseira da caminhonete, amarrar a geladeira com uma corda para que não balançasse. Graças a ele coube também a estante de livros.
Ela olhou para o apartamento, para o que sobrou e sorriu a certeza de não precisar nada daquilo. Sorriu para o ex, que cansado de carregar móveis sugeriu que jantassem antes de partir. Ela implorou que não. Deveriam partir o mais rápido possível. Tinha que pegar a estrada naquele instante. Não poderia perder nem mais um minuto. O tempo já tinha passado como vento. As coisas já tinham ido na direção errada por muito tempo. Os peixes morreram no aquário, a acabou o incenso, a água ferveu e evaporou, fez sol, fez frio, choveu e fez sol de novo. Ela tinha que ir embora. Esperar seria jogar palavras fora e nunca mais encontra-las para acabar o texto. Seria rasgar dinheiro, seria queimar o filme, seria furar um pneu, seria derramar o café, seria transbordar o copo, seria beber até cair, seria queimar a pestana. Não mais. Tinha que sair dali.
Ele aceitou a explicação, apesar de não entende-la. Entraram no elevador. Ela pegou na mão dele. Queria dar a mão para alguém para começar sua viagem mais esperada. Precisava dividir com alguém aquele momento, precisava da segurança que a mão dele poderia dar. Nem que fosse só por aquela noite, e era. Ele continuou não entendendo o que acontecia. Mas amor de amigos ex amantes é assim, quase sem fim. Entraram na caminhonete, ele pegou as avenidas vazias e os sinaleiros abertos. Afinal já era madrugada. Chegaram à estrada em poucos minutos. Ela, diferente do que havia planejado, olhou para trás e acenou para o monte de luzes que estava abandonando.
Quem eram as mulheres que ela queria ser? Onde elas estavam? Não sabia. Era certo que não sabia.



Foto: hansheeda - deviantart

26 comentários:

Calu Baroncelli disse...

às vezes, o silêncio é um ótimo travesseiro...

Ana Zumpano disse...

que bom ter você na minha nova casinha... volto mais tarde pra me dedicar ao seu texto e comentar sobre...
bjs ;*

Dauri Batisti disse...

Passei aqui para dizer que adorei o comentário que você deixou no ESSAPALAVRA: "As vezes os dias continuam os mesmos, por dias e dias... os mesmos. Aí alguém se joga no chão, numa viagem louca de busca, e encontra um só pássaro... E faz dele ser o que quiser".

Agora vou ler seu texto, depois volto pra comentar. Já comecei gostando pelo título: on the road.
O On the road do Jack Kerouac marcou, confirmou, influenciou, mudou minha vida.

Vamos à leitura que o texto é longo...

Dauri Batisti disse...

Li num fólego só. Li correndo, como a personagem do conto. Ao final, aliviado, acho que ela encontrou uma das mulheres que ela queria ser. Belo conto. Acelerado.

Vivian disse...

...com certeza, nenhum delas era eu.


rssss


isso não é um conto...rs
isso é o testamento do mundo...rsss

te amo, minha linda.

a mulher que há em ti, é tudo de bom...
pra quê mudar?

bjssssssssssss

Anônimo disse...

Que magia é esta, amiga, em que nos prende para começar a ler os teus escritos, e só nos solta ao término deles...? que magia é esta além da beleza, clareza, objetividade, delicadeza, e todos os bons adjetivos que possam qualificar os teus textos e que nos mantém cativos na leitura do princípio ao fim, além até da poesia que neles tu imprimes...? Que magia é esta, te pergunto, como a personagem indagou várias vezes "quem eram as mulheres que ela queria ser?" Uma história que comove, que ternuriza, que nos faz participar da pressa e das descobertas da personagem... Tão intenso, tão verdadeiro, tão (in)comum o encontro dela com esta mulher, que de tão enraizada que estava nela, ainda não se tinha dado conta de que já a encontrara... Olha, amiga, sempre que termino de ler uma de tuas histórias (ou conto) eu fico imaginando que foi a melhor que já li da tua safra, mas me surpreendo cada vez mais a cada postagem que leio. Parabéns, mais uma vez!

Te deixo um sorriso, uma flor, uma estrela, e um beijo no coração.

Anônimo disse...

A mulher que eu queria ser quando era criança, era bem diferente da que sou hoje.
No entanto, em nenhum daqueles devaneios previ o quanto eu seria melhor.

Bjs!

Letícia disse...

Cigarro pós-guerra e muitas em um só. Você aumentou seu estilo - digo dos textos. Agora é só registrar e ser nome em capa de livro. E ser livro também.
Dou a maior força.
Bjs.

Ella disse...

Caracas! Bom prá c...
Parabéns!

Germano Viana Xavier disse...

Quer que eu diga o quê, Tebet?
Puta texto?

Um carinho.
Continuemos...

Germano Viana Xavier disse...

Quer que eu diga o quê, Tebet?
Puta texto?

Um carinho.
Continuemos...

Anônimo disse...

Poderia esse texto perguntar, "quais eram os homens que ele queria ser?". Outro texto magnífico, aliás, como sempre. Bjus e boa semana.

http://so-pensando.blogspot.com

aluaeasestrelas disse...

Assim como "ela", já senti essa necessidade de sair correndo de um lugar, deixar tudo para trás e ter a sensação de alívio que finalmente, pela primeira vez, estava encontrando quem realmente eu era.

Adorei o texto... Como todos os outros. Bjos!

Assim que sou disse...

Outro dia estava relendo alguns textos que já postei e, curiosamente, pude constatar quantas vezes repeti temáticas e expressões. Foi tão curioso quanto revelador perceber que, na verdade, exponho o que faz lembrar a mim do que sou, de quem sou ou, ao contrário, de quem não sou mas imagino ser. Sei lá!
Lendo o teu post não pude deixar de pensar nessa idéia de que somos reincidentes de temas e expressões. E pude perceber algumas palavras e situações que, não raras vezes, você traz aos seus escritos. Acho que adoraria conversar sobre isso. Quem sabe um dia a gente até se conheça e o faça. Por enquanto, te envio daqui uma lista das palavras que permeiam seus textos que tanto me instigam, intrigam e surpreendem:
casa, voltar, sentar, tênis sujos, sonhos, caminhos, táxis, cheiro, cigarros, cozinha...

beijinhos. Veronica

Adriana Gehlen disse...

estou assim.
bem assim, oh dó.

te confesso que é a pior coisa que tem.

Jaqueline Lima disse...

porque ela fez a coisa certa. não precisava saber naquele momento. o que seria. pensaria e descobriria. mas depois. agora precisava partir. sair do lugar que a prendeu por tanto tempo. que a exluiu de tantas coisas. e que por fim. não a preencheu. tanto que desejou ser outras. menos o que era ali.

Beijo!

P.s: também desejo ser outra. ir embora. mas ainda não tive o estalo que a senhorita teve. não sei se real. ou em palavras.

Fabrício Persa disse...

Taí, uma daquelas experiências que todo mundo têm vontade de rfazer, mas não possuem a coragem necessária !!!
Quando achar necessário jogar tudo pra trás e recomeçar, vou tentar não pensar duas vezes...
ótima história, deixou-me ansioso. rs
inté

Assim que sou disse...

Camilla,

Pode ter certeza que vou adorar. Tenho sempre essa sensação de papo gostoso quando comento no seu blog. Aquele momento meio mágico onde a reflexão e os pensamentos imperfeitos parecem em perfeita sintonia.
Gosto disso e meus amigos sabem e compartilham. Quem sabe um dia....

beijos. Veronica

Beatriz disse...

Passando pra deixar-te uma estrela enfeitando o teu sonhar e um beijo no coração.

Anônimo disse...

Alguém é hoje o que sonhou ser um dia?

Janaina disse...

E quem é que sabe quem quer ser?
Mais uma vez, Camilla. Um texto maravilhoso.
Beijos.

Narradora disse...

Engraçado que muitas vezes me perguntei cadê ela, a mulher que eu queria ser...
Já procurei muito, meio que persegui esse modelo, aí, mudei de espelho e decidi ficar mais calma e serena, esperando que ela venha me encontrar...
Adorei o texto... a construção, a urgência, a falta de garantia quanto à decisão e busca contínua. Achei muito bom.
Bjs

Ana Zumpano disse...

aconteceu comigo esse lance do emprego, de pedir demissão e tal... eu me perguntava sempre: qual a mulher q eu estava tentando ser? e eu não era... tava sofrendo com isso.
olha, sem comentários, lindo texto, muito muito bom... bjs

Ricardo Jung disse...

ó
também já tive síndrome do pânico... mas de no máximo 3 horas

pobre alma distorcida... jamais mostrará a mulher que ela quer ser, e que talvez nem seja mulher de fato

Camilla Tebet disse...

Hello hansheeda, I´m sorry about that. But at deviantart, the web site, they dont require permission to download pics. So i did. Your name is under the writing, naming the artist of the picture. If you still wants me to take the picture out, so I will do.
Really sorry for any trouble.
Camilla

Anônimo disse...

ahhh i see.. in that case.. its ok you can use it..
btw, in the future if you want to use any of my pics I would really appreciate it if you could tell me bout it, just a simple note with your link would be nice.. so there wouldnt be anymore misunderstanding ^___^
Im sorry if I cause you any trouble as well.. take care (:

-hansheeda