quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A sua dor


A sua dor também me dói, mas por ser sua do que por ser dor. E se eu disser de novo a palavras saudade vou estar abusando das letras. Não vivemos o que tínhamos para viver e essa sensação é bolo que não assou, é chuva que não choveu é latido sem som. Tivemos boa vontade, mas ditados já dizem que delas todo lugar está cheio e não somos pessoas de qualquer lugar. Temos os nossos. Isso podemos dizer que fizemos: construímos histórias em lugares, tantos deles. Não paramos porque o movimento nos fazia amor e quando paramos o amor acabou. A nossa música ainda toca, eu tenho ela aqui. E lembro da primeira vez que você me disse três palavras juntas. Eu estava girando. Hoje não giro, ando em linha reta e me pergunto quem foi que me disse que era pra andar assim. Lembro de você com fome e eu te dando café da manhã. Somos pessoas de fome, não é? E saudade (aí vai ela) é fome que não se mata. Até te ver. Eu sonho outros sonhos e você vive outra realidade. Roda Gigantes de tamanho que subestimamos. Já disse que você usava shorts e eu saia rodada, fomos infantis menino, fomos infantis e agora é viver de gotas que escorrem e de fumaça que saem dos cigarros que pensam em nós. Porque nossa história agora é história.

13 comentários:

Adriana Gehlen disse...

sim, pessoas bem famintas.

Vivian disse...

...eu amo você, e todas as
suas letras de ontem, de hoje,
e de amanhã tbm.

eu amo você pelo gosto de amar
todas as emoções que seu canto
me trás.

muahhhh

Letícia disse...

Camilla,

É o que eles fazem das coisas que já não são mais. Se tornam History. Eu entrei na sua história talvez por conhecer alguns aspectos das entrelinhas e este sufoco de saudade em fumaça de cigarro é bem "Letícia esteve aqui."

Continua escrevendo e não esquece que mesmo History, a memória não descarta nossas vidas.

Bjs.

Ju disse...

E lembrei da Clarice quando ela diz : "Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco..."

Jaqueline Lima disse...

saudade é fome. que não se mata. ou não se saceia. não acaba. e embrulha o estomago. faz a gente passar mal. incomoda o calor. e o frio. essa coisa de você não chegar logo. é meio assim, num é?!

Beijos, sempre maravilhosos os seus textos.

Anônimo disse...

Mate o que te mata.

João Neto disse...

Somos pessoas de fome. Sim, e temos as fomes mais estranhas. Temos saudade do que vivemos, bem como do que não vivemos também. Acho que essa é a pior das saudades.

O engraçado é que sempre acreditamos que o que não aconteceu teria sido bom, muito melhor do que o que realmente aconteceu. Mas, vai saber...


Bjo.

:.tossan® disse...

Lindo!!! ***** 5 estrelas + emoção.
Bj

Camila disse...

Oi, Camilla.

Sempre li seus comentários lá no Afeto Literário e queria muito vir aqui, mas, no corre-corre cansado dos meus dias, acabo não fazendo o que tenho vontade de fazer, cumpro obrigações, depois, vou obrigada dormir, e acabo deixando minhas vontades no canto. Mas hoje é domingo, e domingo é sagrado - guardo domingos (quando dá)- então vim visitar você. E não fiquei supresa, só pelos seus comentários sabia que ia adorar esse papo também.

Vou indo, mas eu volto, e agora volto sempre.

Beijos!

Anônimo disse...

Modéstia.... lindo, sim! fez o teste? mandou para avialiação? eu compro e ainda recomendo!

bj

Narradora disse...

Fiquei um tempão pensando nisso tudo: fome, saudade, história, lembrança... eu tô pensando ainda, volto outra hora.
bj

VaneideDelmiro disse...

"...fumaça que saem dos cigarros que pensam em nós".
Uma frase cheia de imagens. Um texto delicioso.
Fazia tempo que não vinha aqui. Gostei muito mais do que da última vez.

JULIANA disse...

E quem nunca sentiu a dor de uma saudade... despedida perfeita... esse é o último http://namacadadepiladora.blogspot.com/ por falta de lugar pra escrever é que não vou ficar hehehe espero sua visita!