quinta-feira, 23 de junho de 2011

Assim




Queria que você puxasse assunto comigo. Queria que me dissesse “ e ai?” .

Queria que me escrevesse duas linhas e assinasse “saudade”.

Queria que você tivesse me dado aquele beijo. Ele não precisaria existir por tanto tempo se tivesse acontecido.

A musica não tocou. Não existe musica sem o primeiro acorde. ‘E o mais importante, o primeiro, ou não ? E eu que planejava montar uma radio com você.

Meu cigarro se queimou no cinzeiro, sozinho. Sem que eu tragasse nosso depois. O nosso depois não existe, porque fomos roubados do antes e do durante. Quem nos roubou?

Meu romantismo sempre da de cara com um muro alto. Por isso me acabo em farra.

Gosto de ler o seu nome. Me da vontade de te chamar.

Se pudéssemos lembrar um, o jeitinho do pe’ do outro.

Temos uma intimidade muito natural.

Se eu pudesse ter dialogado o que escrevo com você. Lembraria da sua reação.

Um momento, preciso limpar meu cinzeiro.

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Voltei. Me acabando em fumaças.

Sou mais sensual hoje.

Do que era antes.

Sei que posso.

Não bebi sua saliva. Não. Nos meus sonhos, você saliva muito.

Queria que uma luz tivesse brilhado em algum momento para nos dois ao mesmo tempo. Seria uma foto?

Eu a guardaria nas minhas pastas. Trancadas a sete chaves. Para algo ser so’ nosso.

Talvez, com você eu achasse a Lua romântica.

Poderiamos acreditar mais no amanha se tivéssemos nos penetrado. Profundamente.

Talvez não gostássemos da mesma cor.

Não segredamos de liquidificador, não temperamos nada juntos.

Olha, sabe o que eu gostaria de saber? A cor da sua meia!!!

Imagino, e s’o imagino porque não posso me lembrar, que bebida seria nossa favorita? Sim, porque com certeza temos algum gosto excêntrico em comum.

Teri'amos nos dado o céu?

Agora, as 17:18,não iria ao cinema com alguém que não fosse você. Mas no minuto seguinte..

Assim, sem explicação.

2 comentários:

Letícia Palmeira disse...

Cinzeiro de cigarro solitário. Já ouvi falar de gente que parou de fumar por causa desse queimar brasa que não alimenta. =)

Gostei da construção, Camilla. Gostei muito mesmo. Engatilhou o romantismo escancarado da Ana C.

E vai escrevendo que palavra calada não dá tesão.

Alexandre Henrique disse...

Tai, se um romance não tem explicação entendi agora. Estranhamente, excentrico e sedutor este texto. Bem na real sem explicaçao mesmo. Niguém sabe se é um caso, se é um romance ou desabafo, isso é detalhe. Tens encontrado a escrita Tebet, é bom te ler.